Gisela Pulido – campeã mundial de kitesurf [Entrevista]

Publicado em por Amandina Morbeck em Entrevistas
Gisela Pulido aos 10 e aos 20 anos - Fotos: Reprodução.

Gisela Pulido aos 10 e aos 21 anos – Fotos: Reprodução.

Essa entrevista que fiz com a kitesurfer espanhola Gisela Pulido aconteceu em 2005. Na época eu trabalhava como repórter na revista Aventura&Ação e, mensalmente, entrevistava uma mulher com destaque no mundo da aventura (no presente ou no passado). No caso dela, com apenas dez anos de idade, melhor dizer que ela se encaixava na categoria “feminina”, mas não havia dúvida em relação ao seu feito e ao potencial que tinha. Para reprodução aqui, atualizei as informações em janeiro/2016.

Com 18 títulos na carreira, a espanhola Gisela Pulido domina o kitesurf feminino - Foto: Reprodução.

Com 18 títulos na carreira, a espanhola Gisela Pulido domina o kitesurf feminino – Foto: Reprodução.

Gisela Pulido revolucionou o mundo do kitesurf quando, em novembro de 2004, com apenas dez anos de idade, tornou-se campeã do mundo no estilo free style desse esporte. Espanhola de Barcelona, para competir ela não podia negligenciar os estudo e precisava tirar boas notas. Era essa a condição de seu treinador, agente e principal admirador: seu pai. Esteve no Brasil para a terceira etapa do KPWT (Kiteboard Pro Worl Tour).

De 2004 a 2015, acumulou 18 títulos em sua carreiro, sendo dez como campeã mundial de kitesurf na categoria free style. O tempo passou, mas as exigências do esporte ainda precisam encontrar equilíbrio com seus estudos e hoje cursa jornalismo na Universidade Rey Juan Carlos em Madri.

Ela tem uma escola de kitesurf, Gisela Pulido Pro Center, em Tarifa na Espanha, e outra em Punta Chame no Panamá.

Vamos à entrevista:

Amandina Morbeck: O que você fazia antes do kitesurf?
Gisela Pulido: Praticava natação e snowboard e também um pouco de surf. Em julho de 2002, comecei com kitesurf. 

AM: Você tem um técnico? Que te ensinou kitesurf?
GP: Meu pai é meu agente, meu treinador e, o que é mais importante, meu amigo. Nosso relacionamento é muito bom e formamos uma boa equipe. Ele é instrutor de kitesurf certificado pela International Kiteboarding Organization (IKO) e tem muita experiência em kitesurf de competição. Trabalhamos juntos em novas manobras que se adaptem ao meu estilo na água. Ele sempre viaja comigo.

AM: Você treina todos os dias?
GP: Estou crescendo, por isso tenho limitado meu tempo de treinamento em uma hora e meia por dia. Meu pai me observa e me diz como melhorar meu estilo, como corrigir os erros e como aproveitar o máximo das condições do vento e do mar. Ele também se responsabiliza por manter o equipamento em perfeitas condições, pois vou à escola e não tenho muito tempo.

AM: Quando você se tornou campeã mundial de kitesurf?
GP: Em novembro de 2004 em Nova Caledônia, Polinésia Francesa, na última etapa do circuito. Foi muito emocionante porque cheguei a essa prova empatada com a francesa Fabienne D’Ortoli, campeã do mundo em 2002. E saí com o título.

AM: Você compete com pessoas mais velhas que você ou sempre na mesma faixa etária?
GP: Na copa do mundo profissional, compito na categoria absoluta. Minhas rivais são muito mais velhas que eu, de 19 a 28 anos. Meu título é de campeã do mundo em todas as categorias.

AM: E como é ser a melhor do mundo em kitesurf?
GP: Minha vida mudou muito. Para treinar, mudei para uma cidade a 1.300 km de Barcelona, onde nasci e morava. Agora, vivo em Tarifa, cidade onde venta bastante e posso treinar quase todos os dias. Essa mudança implicou em começar numa escola nova, fazer novos amigos e separar-me da minha família. É o preço a pagar pela vida que levo. Atualmente, sou muito famosa na Espanha, apareço na TV e essa coisas…

AM: Como é seu dia a dia?
GP: Começo na escola às 9h e vou até às 14h. Almoço e treino por uma hora e meia. Depois, faço minhas tarefas escolares e, por último, vou nadar. Minha vida transcorre mais ou menos assim. Nos dias de festa, saio com meus amigos.

AM: O que você gosta de fazer além de kitesurf?
GP: Quanto tenho tempo, gosto de pedalar, de surfar ou de andar de skate. No inverno, gosto de fazer snowboard. Mas o que mais curto é ir ao cinema assistir a filmes de terror.

AM: E o futuro?
GP: Quero desfrutar do esporte que pratico, viajar e fazer kitesurf por todo o mundo, mas futuramente quero ser veterinária. Gosto muito de animais. [Em minha pesquisa em 2016, descobri que ela está estudando jornalismo – periodismo, em espanhol.]

AM: Você esteve em Cabo Frio em agosto de 2005. Gostou do que viu do Brasil?
GP: Em Cabo Frio aconteceu a terceira etapa da copa do mundo do KPWT. Fiquei um mês e meio no Brasil. É um país mágico, seus habitantes são muito amáveis e as coindições para a prática de kitesurf na região dos lagos é excepcional. Voltarei quando puder.

AM: Na TV, seu pai disse que você tem de ir à escola para depois competir. Como é isso?
GP: Vou à escola entre as competições e tiro boas notas. Quando viajo, sempre levo comigo os deveres escolares e, quando retorno, entrego tudo aos professores.

AM: O que você gostaria de dizer aos brasileiros que lerão sua entrevista?
GP: Gostaria de incentivá-los a praticar kitesurf e aproveitar as condições que a natureza lhes presenteia.

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Amandina Morbeck

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