Sobre o pós-impeachment de Dilma Rousseff

Publicado em por Amandina Morbeck em Cotidiano
Sobre o pós-impeachment - Dilma Rousseff no Palácio do Planalto - Foto: José Cruz/ Agência Brasil.

Dilma Rousseff no Palácio do Planalto – Foto: José Cruz/ Agência Brasil.

Este texto sobre o pós-impeachment publiquei no dia 13/5/16 em meu perfil no Facebook e reproduzo aqui.
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Votei na Dilma em 2010; votei na Luciana Genro no primeiro turno das eleições em 2014; e no segundo turno, no Aécio. Não tenho partido, não defendo nada cegamente, não sou esquerda nem direita. Talvez por isso eu nunca tenha desejado que a Dilma se desse mal como governante, que ela e o PT afundassem para satisfazer um desejo estúpido de me fazer sentir melhor por ela não ter sido minha escolha. Pelo contrário, sempre torci para que ela me representasse enquanto cidadã brasileira; sempre quis que tudo funcionasse porque se algo desse errado – como deu, independentemente das razões – eu, as pessoas que amo, a sociedade como todo, ou seja, TODOS NÓS pagaríamos o preço. Como pagamos e como vamos continuar pagando por um bom tempo.
Michel Temer não é o ideal? Não, não é, mas é o que temos. Não fui eu que o elegi, mas nem por isso eu quero que ele se dê mal como presidente interino. Não vou, de cara, começar a apontar “erros”, “problemas” num governo que mal começou para mostrar que estou atenta ou que, na pior das hipóteses, o que saiu era melhor. E não compro essa propaganda de que houve golpe. Não sou cega nem surda.
Gente, crítica é bom, mas vamos dar um tempo. Por um período, tire o pé do acelerador e faça alguma coisa em prol do seu País: dê uma trégua, deixe que essa equipe tente fazer alguma coisa para nos tirar desse buraco. Basta de tanta imaturidade política! Nós estamos fu**dos enquanto país. Se você tem emprego e está recebendo seu salário, pense nos milhões, veja bem, MILHÕES de desempregados. Nossa economia está destruída e os empregos que vão fazer diferença nesse sistema virão da iniciativa privada (não das vagas no governo, que são pagas com nosso dinheiro, com a produção fora do governo). E essa iniciativa privada está estrangulada, com milhões, de novo, MILHÕES de fábricas fechadas e de estabelecimento comerciais que baixaram as portas.
Então, por um momento, um momento apenas, deixe de querer ser “interessante” e “do contra”. Não estou dizendo para você começar a amar o Temer e sua equipe, mas que torça de verdade pelo seu País. Coloque um pouco de energia positiva em prol dele, deste gigante onde você vive e que é habitado por milhões de pessoas em situação de desespero e muitos em miséria absoluta. Se você ainda tem emprego e salário, principalmente, torça para não ser o/a próximo/a na fila da CEF para receber seu salário-desemprego ou de fazer parte do projeto de realocação da Catho. Se é aposentado/a, torça para que continue recebendo e não tenha de viver a mesma situação dos aposentados do Rio de Janeiro.
Estou realmente cansada de ler bo**ta de pessoas que aparentemente têm senso crítico simplesmente porque a Dilma e o PT, que afundaram nossa economia e que apoiaram desmandos, estão fora agora. Por que será que pegaram a figura da Dilma para tornar intocável, para santificar? De verdade, vá ler o que significam pedaladas fiscais, vá ler o que pessoas isentas e com conhecimento de economia mostram sobre tudo o que aconteceu nesse período de maquiagem no nosso país. Pare de ser massa de manobra e papagaio de pirata.
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Ah, se eu queria mulheres no novo governo? Sim, claro! Mas mais do que ter ou não mulheres, eu quero e torço muito para que essa equipe trabalhe de verdade e mereça estar à frente do nosso país, me representando, fazendo valer cada centavo da nossa família que é tirado para pagar impostos. Quero voltar a ter orgulho de onde nasci, onde vivo e onde produzo.
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É muito fácil as pessoas ficarem usando de ironias para criticar tudo o que aconteceu.

Texto: Amandina Morbeck
(saiba sobre mim aqui)


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